Quando a música invadiu a CliniCASSI

Era uma manhã daquelas: movimento intenso e um médico a menos por licença saúde. Pacientes, inquietos, questionando sobre o tempo de espera, davam o tom à recepção da CliniCASSI Florianópolis. Não menos do que de repente, o burburinho cedeu lugar a outro som: o enfermeiro Thiago Oliveira, recém-chegado à CASSI, rapidamente deixou a sala de triagem para entender o que tinha mudado a atmosfera agitada até poucos minutos atrás.
Foi assim, de forma inusitada e surpreendente, que Thiago conheceu o mais popular paciente da CliniCASSI Florianópolis, Sergio Pires, de 95 anos. “Ele mudou o clima, as pessoas começaram a cantar junto. O foco passou a ser a música e não mais a espera pelo atendimento”, recorda o enfermeiro, que ali mesmo já virou fã. “Brinquei com meus colegas que deveríamos chamar ‘seu’ Serginho todas as manhãs durante a alta temporada de verão”, recorda, se referindo ao período em que a procura por atendimento médico aumenta pela presença de participantes de outras cidades, atraídos pelas praias da ‘Ilha da Magia’.
“Em uma situação como a daquela manhã, fazemos de tudo para agilizar os atendimentos, priorizar os casos mais críticos para evitar espera. Mas nada como a surpresa causada pela música”, reforça Thiago. Não foi a única vez. Há poucas semanas, “Seu Serginho”, como é carinhosamente chamado pela equipe de saúde, estava novamente na CliniCASSI e ao ser apresentado ao novo gerente da CASSI Santa Catarina, deu logo jeito de mostrar a origem da sua popularidade: soltou a voz para interpretar All The Way, de Frank Sinatra.
“Gosto muito de conversar. E quando conto a minha história, as pessoas querem saber o que canto, então eu demonstro cantando”, revela seu Serginho. A falta de um instrumento para acompanhar não o intimida: habilidoso na busca de opções de caraoquê no Youtube, gaba-se de cantar “acompanhado pelas melhores orquestras”, se referindo às bases instrumentais disponíveis na plataforma que usa como acompanhamento. Fã do pop americano, canta também em francês e no repertório variado tem de bolero à bossa nova e samba.
Fora do improviso, suas apresentações são acompanhadas pelo pianista Sito Lozzi, que virou amigo há quase três décadas. Nascido no Rio de Janeiro, Serginho mudou para a capital catarinense em 1992, para ficar perto da filha Christiane. Também por incentivo dela, passou a acompanhá-la nas aulas de canto lírico. Ali conheceu o pianista e, desfeito o grupo, seguiu a parceria com o músico, que se mantém com aulas e apresentações para grupos de amigos, no condomínio, eventos ligados ao funcionalismo do BB e já passou até por bares da cidade.
Quando mudou para Florianópolis, levou a experiência da AAFBB, sendo o representante da entidade por mais de 30 anos, até a pandemia. Isso favoreceu ainda mais a aproximação com a CASSI e foi natural aderir ao acompanhamento pela equipe de Atenção Primária à Saúde (APS), quando surgiu em Santa Catarina. Paciente desde o começo da CliniCASSI Florianópolis, é fácil entender como se sente à vontade nesse local. Serginho e a filha Christiane também foram do Conselho de Usuários da CASSI Santa Catarina, ele representando associados aposentados e ela, CASSI Família.
Nascido em agosto de 1929, foi o único que não seguiu carreira militar na família, embora tenha cursado colégio militar. Fez toda carreira profissional no BB, incentivado por um tio. Conheceu a esposa aos 30 anos, ela com 19. E já se vão quase 66 anos juntos. Ele sempre cantando. “Minha esposa não aguenta mais, mas eu canto todos os dias em casa, especialmente no banheiro, para treinar a voz e guardar as letras das músicas”, conta ele que ainda faz aulas de canto com o filho, Sérgio Roberto, de 63 anos, que mora com eles e acompanha o pai nas apresentações.
Saúde de ferro
“Eu uso bastante a CliniCASSI para qualquer problema de saúde porque aqui me conhecem, conhecem a minha esposa, meu filho. Aqui é a nossa referência!” Perto de completar 96 anos, Serginho enfatiza a boa saúde e dá a receita: “Sou comedido, não cometo excessos com bebida nem com comida. Fumei por 30 anos, porque antigamente no trabalho se fumava dentro da sala, mas já parei há muito tempo”.
“Não vamos para outro plano”
“Fiz questão de dar CASSI para minhas filhas, meus netos. Eles precisariam de plano de saúde, então é natural seguir naquele que sempre cuidou da gente. Não vamos para outro plano”, explica ele, com três filhos e cinco netos.
Para Serginho, tudo relacionado à CASSI é importante: “acompanho tudo sobre a CASSI: reuniões, eleições, sei das novidades, leio o Relatório Anual. Tudo me interessa porque a CASSI é importante na nossa vida.” A filha confirma: “meu pai deu a vida pela CASSI, pelo BB e fez questão de que os filhos e netos seguissem no plano. E assim segue até hoje”.
Está em Florianópolis e quer assistir seu Serginho ao vivo?
Na próxima segunda-feira, (23/06), a partir das 20h, ele e o filho se apresentarão na casa de shows Jazzinn do Beiramar Shopping, em Florianópolis.